“Eu cheguei aqui uns três meses atrás, não conhecia nada, fui bem acolhido e esse lugar transformou minha vida. Hoje, não moro mais aqui, tenho minha residência e, como gratidão, presto trabalho voluntário na casa”. O depoimento de José Matias da Silva, 64 anos, mostra a relevância da Casa de Passagem do Idoso, serviço mantido pela Prefeitura de João Pessoa, através da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sedhuc), que trabalha na ampliação dos serviços oferecidos.
O secretário de Direitos Humanos e Cidadania de João Pessoa, Diego Tavares, visitou o equipamento esta semana e revelou que o espaço de acolhimento provisório destinado a pessoas idosas em situação de rua, abandono, vulnerabilidade ou risco social vem ampliando a atenção e o cuidado aos seus usuários. “A Casa de Passagem do Idoso funciona como um lar temporário, com capacidade para atender até 20 idosos, oferecendo abrigo, alimentação, assistência psicossocial, apoio integral à saúde e garantia de direitos”, explicou.
De acordo com o secretário, idosos como seu José Matias são encaminhados pelos Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas), Ministério Público e Ruartes, nunca diretamente pelas famílias ou responsáveis. “A Casa de Passagem do Idoso é um espaço de cuidado e proteção, onde cada usuário recebe não apenas acolhimento, mas também a atenção necessária para garantir sua dignidade e qualidade de vida. Estamos fortalecendo esse serviço para ampliar o alcance e garantir que ninguém fique desassistido”, destacou.
A Casa de Passagem do Idoso funciona em regime integral, contando com uma equipe multidisciplinar que se dedica diariamente para assegurar cuidados básicos, encaminhamentos sociais, apoio psicológico e acompanhamento de saúde, em articulação com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e demais órgãos da rede de proteção.
Situação de rua – Vários idosos que chegam à Casa de Passagem são encontrados morando sozinhos em residências, em alguns casos, se autonegligenciando. Muitos outros, porém, são resgatados das ruas, como seu José Matias, que assim que chegou, recebeu os primeiros cuidados de saúde. “Fui muito bem acolhido e pude perceber a importância de um lugar desse para quem não tem família ou foi esquecido por ela”, disse.
Documentação – Não é apenas acolhimento temporário que a Casa de Passagem do Idoso oferece, mas, também, um espaço de garantia de direitos e na solução de entraves burocráticos enfrentados pelos usuários. A equipe auxilia na regularização de benefícios, solicitação de auxílios e até na negociação de empréstimos contraídos de forma indevida por terceiros. “Alguns idosos chegam aqui sem nenhuma documentação. Fazemos pesquisa nos cartórios para obter a Certidão de Nascimento e, assim, dar sequência à emissão da segunda via dos documentos pessoais”, explicou Yara Anselmo, coordenadora da Casa de Passagem do Idoso.
Parcerias – O cuidado com os idosos em situação de vulnerabilidade social não se esgota apenas com os serviços próprios da Rede Municipal de Proteção Social. A Sedhuc mantém convênios, disponibilizando profissionais para reforçar as equipes de cinco instituições de longa permanência na cidade: Casa da Divina Misericórdia, Nosso Lar, Vila Vicentina, Lar da Providência e Associação Promocional do Ancião Dr. João Meira de Menezes (Aspan).
Esse esforço conjunto reforça a política de cuidado e inclusão, que promove mais qualidade de vida, segurança e dignidade para quem já passou dos 60 anos.