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Agência Minas Gerais | Em seu sétimo ano, Projeto TamanduASAS prepara soltura monitorada do 20º animal em reabilitação

Sujeito a diversas ameaças antrópicas, como colisões veiculares, ataques de cães e queimadas, os tamanduás-bandeira têm uma atenção especial do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Em seu sétimo ano de atuação, o projeto TamanduASAS promove a criação, reabilitação e solturas monitoradas desses animais, a maioria filhotes órfãos. 

Até o momento, o projeto já realizou a soltura de 15 tamanduás e outros cinco já estão em fase final de reabilitação. A médica veterinária do IEF e responsável pelo TamanduASAS, Juliana Magnino, destaca que o trabalho tem todo um protocolo de avaliação e cadastro de áreas de soltura. “Fazemos um estudo prévio muito detalhado antes, com inventário de fauna, avaliação dos recursos da área e entrevistas com os proprietários do entorno”, pontua. 

O GPS instalado no colete do tamanduá gera coordenadas por onde o animal passou. Com isso, a equipe do projeto também realiza um monitoramento em campo para avaliar os locais que os tamanduás estão passando ou estabelecendo território, seu estado geral de saúde, o ajuste do colete rastreador, além de observar o animal dormindo, se alimentando e interagindo com o meio. 

Tratamento personalizado 

O carinho da equipe do projeto com os animais faz com que eles tenham um tratamento personalizado. O trabalho com os filhotes que chegam à reabilitação vem sendo registrado em uma série de vídeos, publicados por meio deste link no Youtube.  

Parcerias 

O TamanduASAS tem como grande aliado o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Conta ainda com outros parceiros: Centros de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Minas Gerais, IBAMA, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de Brasília (UnB), Retiro Águas Vivas, Engie, Projeto Bandeiras e Rodovias e as associações sem fins lucrativos Nobilis e Instituto de Conservação de Animais Silvestres – ICAS. 

As ações deste projeto fazem parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tamanduá-bandeira no Brasil (Portaria IBAMA/ICMBio nº 355 de 2019), que abrange e estabelece estratégias prioritárias de conservação da espécie, considerando a viabilidade genética e sanitária destas populações. 

Nos anos de 2021 e 2022, o projeto foi vencedor do Prêmio Alcides Pissinatti, o que ratifica o trabalho realizado em prol da conservação da espécie. 

Relevância 

A atuação do TamanduASAS atingiu um novo objetivo que alia a conservação da fauna silvestre com a educação ambiental. O projeto conta a história de tamanduás soltos e monitorados na natureza e traz alerta sobre as ameaças à biodiversidade, e as alternativas de mitigar os riscos que esta e outras espécies estão sofrendo na natureza.  

“Com o monitoramento pós-soltura dos tamanduás, é possível entender o que realmente está acontecendo no ambiente, que reflete em todas as espécies e na biodiversidade. O tamanduá-bandeira se tornou uma espécie chave para a conservação, com o intuito de sensibilizar as pessoas na busca por uma mudança de atitude individual”, ressalta Juliana. 

O TamanduASAS ainda mobiliza e desperta o interesse de proprietários rurais para a criação de Unidades de Conservação e corredores ecológicos nas áreas em que o projeto é realizado. 

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Retiro Águas Vivas, localizada na zona de amortecimento do Parque Estadual do Pau Furado, nos municípios de Uberlândia e Araguari, foi criada após a soltura de sucesso de um tamanduá-bandeira. Em Nova Ponte, a RPPN Jacob foi totalmente revitalizada e reformada, sendo construído um recinto de reabilitação de 2.500m², especialmente para receber os tamanduás do projeto. O TamanduASAS tem o privilégio de soltar e monitorar os tamanduás em áreas de grande relevância ambiental na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. 

Símbolo do cerrado 

O tamanduá-bandeira é um animal exuberante, cauda grande com pelos grossos e compridos e um focinho longo, que habita diferentes tipos de ambientes, símbolo do cerrado e das florestas. Mas sua visão pouco desenvolvida e o ritmo lento o tornam susceptível aos atropelamentos, fazendo com que as rodovias sejam uma ameaça à sobrevivência da espécie. 

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